tag:blogger.com,1999:blog-41988221302590092742024-02-08T00:17:03.406-03:00O LUGARUnknownnoreply@blogger.comBlogger90125tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-4828055563357836502009-02-06T00:15:00.063-02:002010-03-22T11:36:42.674-03:00<blockquote><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlJFKaZZaOiCQ5FFXyHAi0nlLVBuO2UFvqPmWa6TN44B_Tmgw34KctePlqXKnJ_q7h4bK5pmt49UQ52L4JvYPSbvuIsOYesRPjhbRuU3NRcmAIoHMn-i0dWCfq7auBZAlKZeYBxj48z8k/s1600-h/capa.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlJFKaZZaOiCQ5FFXyHAi0nlLVBuO2UFvqPmWa6TN44B_Tmgw34KctePlqXKnJ_q7h4bK5pmt49UQ52L4JvYPSbvuIsOYesRPjhbRuU3NRcmAIoHMn-i0dWCfq7auBZAlKZeYBxj48z8k/s1600-h/capa.jpg"></blockquote><p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 297px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5301294464395999874" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlJFKaZZaOiCQ5FFXyHAi0nlLVBuO2UFvqPmWa6TN44B_Tmgw34KctePlqXKnJ_q7h4bK5pmt49UQ52L4JvYPSbvuIsOYesRPjhbRuU3NRcmAIoHMn-i0dWCfq7auBZAlKZeYBxj48z8k/s400/capa.jpg" /></a> </p><div align="left"></div><div align="left"></div><blockquote><blockquote><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><strong><span style="color:#cc6600;"></span></strong></div><div align="left"><strong><span style="color:#cc6600;"></span></strong></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;font-size:78%;color:#ffffff;"><strong></strong></span></div><div align="left"><strong><span style="color:#ffffff;">\</span></strong></div><div align="left"><strong><span style="color:#cc6600;"></span></strong></div><div align="left"><span style="color:#cc6600;"><strong>- O AUTOR -</strong></span></div><div align="left"><strong><span style="color:#cc6600;"></span></strong><br />Eu, <strong>Mario Teixeira</strong>.<br /><br />As <strong><em>estórias</em></strong> estão dispostas nos <em><strong>links</strong></em> à direita.<br /><br />Meu e-mail é: <a href="mailto:mariohteixeira@yahoo.com.br">mariohteixeira@yahoo.com.br</a><br /><br /><br />Como epígrafe, um diálogo de <strong>Harmada</strong>, João Gilberto Noll:<br /><br /><em>'- Bruce, acorda - falo passando a mão na sua careca.</em></div><div align="left"><em>- Hein? - ele abre os olhos.<br />- Escuta, tenha calma, chegou a hora...</em></div><div align="left"><em>Bruce tenta sentar-se, atrapalha-se nos gestos por estar acordando fora da cama, apóio sua cabeça no meu braço, lhe digo firme:</em></div><div align="left"><em>- Escuta, tenha calma, chegou a hora...<br />- Eu sei, percebi; quando peguei aquela trilha esburacada que veio dar aqui, senti que a coisa estava breve a acontecer, entende?, eu poderia ter pego a estrada principal, lisa, bem pavimentada, e poderia ter </em><em>chegado amanhã à tarde, mas quando apareceu a trilha, pensei: porque não vou logo por aqui e não precipito de uma vez com tudo?</em></div><div align="left"><em>- Foi melhor, sim, Bruce... agora você já sabe desse meu paradeiro, aqui, e estamos os dois prontos, não há mais nada a premeditar, a suspender, a avaliar...</em></div><div align="left"><em>- Sim, chegou a hora, eu sei, e é melhor que já esteja clareando, olha o céu, a luz...</em></div><div align="left"><em>- Vamos, então...?</em></div><div align="left"><em>- Vamos...<br /><br />Quando acordamos deveria ser o início da tarde. O sol tomava toda área de serviço. Reparei que nós dois suávamos muito. Então tocou o telefone (...)'.</em><br /><em></em><br /><em></em><br /><em></em><span style="font-size:0;"></span><br /><strong>Abraço...</strong> </div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div></blockquote></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com43tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-75504034268004043302009-02-05T23:52:00.002-02:002009-02-06T01:43:59.562-02:001-O homem que comia brevidades<div align="justify"><strong><em>O Homem Que Comia Brevidades...</em></strong> e o seu último carnaval.<br /><br /><strong>Fragmento de Carta I<br /></strong>“Depois que nos despedimos desta última vez, pensei em jamais procurá-la novamente... Ando sem perceber como estão ficando ultrapassados meus gestos, meu cabelo! minhas roupas e minha maneira de gostar de você. A avenida, naquele dia, me fez pensar sobre o sentido da vida, mas, felizmente, meu ônibus veio; dei sinal e corri para pegá-lo antes da arrancada. O aperto, o odor, a lentidão, misturados ao calor, sempre me dão a sensação de que, talvez, seria melhor nem ter nascido; mas pensava no seu beijo – samba em meu cerebelo e se arrebenta desfazendo-se no meu sistema nervoso. Através do vidro o que via era vazio; bateu a sensação de levitar, mas a droga de um espirro que me respingou a cara despencou-me novamente na sensação das ondulações do asfalto. Tinha fome. Tinha sede. Tinha uma velha que comeu um milho e melou o ferro justo onde eu peguei... Desci. Entre a moldura de graxa da porta rolante, metálica, enferrujada da cantina que sustenta meu apartamento entre aqueles outros vinte e nove, vi – mais por conhecer a vitrina de cor que por nitidez – as brevidades que, há muito, me tiram a fome... Enquanto esperava sem nenhum compromisso, corcunda, sentado na cadeira giratória...”.<br /><br /><strong>Uma Tarde Qualquer</strong><br />Quarenta e dois graus: coço, tusso, engulo as brevidades mais-ou-menos secas e calmamente os segundos vão passando. O povaréu na rua me remete ao inferno de Dante, os segundos passam... Graças a Deus eles passam. As brevidades incham na minha goela, giro com a cadeira em direção ao balcão e dou o primeiro gole na Coca enquanto olho com cumplicidade para a moça que lava a louça, sua maneira me toma, existência que desemboca numa pia de gordura... Magra, daquelas magrezas poéticas. Adoro essas magrezas. São lindas. Assim quando a pelve se destaca desenhando asas ao redor da vulva. Como uma borboleta... Debruçada no trabalho daquele jeito é como se as duas, a pia e ela, fossem extensões uma da outra. Há pessoas que a gente vê por longos períodos da vida sem saber nem de onde elas vêm e nem pra onde que vão, ela é uma delas. Um dia perguntarei seu nome. Dou um último gole na Coca já sem gás e me perco diante da imensidão do resto da tarde... Penso em dormir, mas o calor é insuportável; aí, prefiro ver televisão. Entretenimento é bom... Subo o primeiro lance de escadas e você já me volta à mente beijando aquele gordo; puta-que-pariu! Estremeço só de pensar em você subindo estas escadas comigo. Só nós dois. Brincaríamos brincadeirinhas bobas que só interessam aos apaixonados; que nos que estão passando por perto geram instintos assassinos; talvez um tropeçaria e o outro riria, baixo, bem baixinho, claro, para ninguém aparecer; subiríamos esbarrando um no outro, beberíamos cerveja no chão da sala... Volto à tarde quente ao ver um envelope em baixo da porta. Penso ser uma carta; mas não, só propaganda política. Sento, ligo a tevê, vou cedendo o corpo às voltas do sofá. Recosto a cabeça; suo, deito, tusso de novo, coço...<br /><br /><strong>...Pela Manhã.</strong><br />Sempre tive medo que as portas automáticas não se abram para mim, sempre comprei bombons Garoto e embrulhei em papel colorido para presente de aniversário – até perceber o quanto era ridículo. Mas até hoje, quando chego nas festas, tenho a sensação de ter na mão uma maldita caixa de bombons Garoto. Não sei, definitivamente, fazer cara de chegar em festa. Hoje faz sol novamente; a cidade fede, novamente, e minhas costas doem do sofá de courino. No espelho vejo a marca de um botão, vermelha, em minha bochecha. Merda! Ensopado. Tenho medo de você me ver agora, medo bobo, medo de que você não queira mais ficar comigo. Ficar comigo! Idiota. Porque tenho sempre que ter pensamentos idiotas? Porque a essa hora portas automáticas, caixas de bombons e ...? Idiota!!! Tomar banho, tomar banho, tomar banho... brevidades, ..., ..., fome. Brevidades. Ninguém me cheira mesmo.<br /><br />- Duas, por favor. E uma Coca.<br /><br />Cadê a moça da pia? Sei que ainda tenho a marca de um botão na bochecha; droga! Porque não tomei banho antes?! Droga! Não quero nada com nada hoje; que nada me encha o saco. Ai minhas costas... Cadê a moça?! Cadê minha Coca... Cara idiota depois daquele beijo. Idiota! Porque não puxei e beijei direito, sabia que pra ela era só brincadeira... Idiooooota!!! Tinha que ficar com aquela cara idiota de alegria; de quem abre um dicionário na página certa, com a mesma cara dos bombons Garoto... Droga!<br /><br />- Tem Aspirina?<br /><br />Voltar para casa; ai se eu pudesse desligar a cabeça... Ligo a tevê. Tomar cerveja no chão da sala... Idiota. Legal! Mickey Mouse. Televisão é legal. Amanhã recomeça o trabalho. Acho que se Mickey Mouse fosse eterno eu morreria por inanição.<br /><br /><strong>Uma Pequena Descrição</strong><br />Valter Máximo. Chamava-se Valter. Valter. Valter com um horroroso v e um, apenas um t. Não que desse a vida por dáblios ou por tês duplos; mas pensava desta maneira por ter ouvido seu pai, a vida inteira, culpar sua mãe por registrá-lo assim. Trabalhava numa fábrica que fazia guardanapos. Neles silkava balões, Patos Donald’s alegres, Barbapapas; às vezes só bolinhas, listras, etc... Seu companheiro de máquina chamava-se Jocicler. A cara de Jocicler era a prova, prova incontestável, de que há coisas imutáveis, completamente imutáveis no universo; ainda que vivas. Valter parafraseava Salomão: “Nada de novo há acima do busto de Jocicler”.<br /><br />Valter era do tipo que ninguém vê passar. Pelas calçadas, andando, se ausentava do mundo; e para se ausentar do mundo analisava sempre, precisamente e responsavelmente, quase automaticamente, os seus próximos trinta metros de caminho; temia uma merda, um cocô. Uma possível merda, que pisaria, era a única ligação com o real que Valter Máximo tinha enquanto andava. Pensava em um dia começar andar e nunca mais parar. Andar, andar, andar, andar... Sonhava com ruas sem cocôs. Certa vez disse: “... mas sei que não há lugar no mundo para aqueles que querem começar a andar para nunca mais parar e também sei que jamais haverá ruas sem cocôs, eu sei disso”. Sempre achava que sabia das coisas.<br /><br /><strong>Outra Vez, Num Só Fôlego, Disse:</strong><br />“Queria mesmo é que a vida fosse uma enorme brevidade. Estática. Média. Fofa. Opaca. Uniforme. É, a grande brevidade da vida! A vida, a grande brevidade. Além do mais é barato e não é muito doce... Hum! Ela uma brevidade e eu também; seria verdadeiramente feliz sendo uma brevidade. Ser brevidade, ou ter brevidade como essência? ... Não precisaríamos de nada. Não deveríamos nada... Seriamos apenas brevidades. Ai... meu reino por uma brevidade ser. Manuel Bandeira é legal. Talvez Manuel Bandeira, Mickey Mouse e brevidades sejam as coisas que mais amo na vida”.<br /><br /><strong>Sobre os Guardanapos</strong><br />Odiava quando chegava em alguma festa de sobrinho e via os guardanapos embolados e sujos pelo chão. Tinha vontade de chutar o sobrinho.<br /><br /><strong>Um Aparte Para Jocicler</strong><br />Na fábrica:<br /><br />- om dia.<br /><br />- Bom dia Jocicler.<br /><br />- ...<br /><br />- ...<br /><br />- Como foi de carnaval?<br /><br />- Bom.<br /><br />Jocicler era um chato; não tinha culpa nenhuma, era aquele chato por natureza. Jocicler era um dos possuidores da chatice fundamental... Quando tomava sorvete era chato, quando dava om dia era chato, quando pedia por favor era chato. Estorvo. Era feliz. E demonstrava isso sempre. Era coisa que fazia questão. Porque todo chato é feliz? Porque eles têm sempre que demonstrar isso? Pensava Valter.<br /><br /><strong>Fragmento de Carta II</strong><br />“... Hoje achei que estava ficando louco, nunca isto havia me doído tanto na vida. Era aniversário da mulher de Jocicler (meu amigo da fábrica) e a pior coisa que eu poderia ter feito, eu fiz: encontrá-la. Poderia ter sido ótimo... Nos despedimos e saí pensando numa bala me atravessando a cabeça, fui em busca de um Shopping para comprar uma caixa de bombons... não queria chegar de mãos vazias. Atravessei a rua e minha cabeça rodava, achava que ia explodir. Não sentia fome; me sentia como uma lâmpada, como um pneu prestes a estourar. Subi as escadas que davam para a portaria do Shopping. Alguns namorados namoravam e eu sentia asco. Fui andando devagarzinho, bem devagar. O temor da porta automática foi me tomando, eu tremia. Poucos metros e nada. Pouquíssimos metros e nada. Não queria olhar, não conseguiria retroceder: suava. As pernas bambearam. Sentia que na avenida os carros paravam para me observar; os aviões que passavam, paravam e começavam a circular ao redor de minha cabeça, me assistiam. A porta me impunha sua grandeza como jamais havia me imposto antes. Diminuí o passo. Três metros, dois e meio. Dois metros, já estava quase sem força. Dois metros e ela continuava lá; estática, fria, forte... Tudo que eu queria era conseguir parar. Não consegui. Só consegui quando meu nariz tocou levemente a porta. Parei. Queria chorar, não conseguia. Queria chutar a porta, não tinha forças. Queria voltar, sabia que era necessário. Fiquei ali, queria que o mundo acabasse naquele momento... Santo segurança, quando ouvi sua voz pensei ser a voz de um anjo. Pensei ter trasladado. Morrido.<br /><br />- Meu senhor, esta entrada está em reforma. O senhor precisa passar pelo outro lado.<br /><br />Não consegui sair da mesma posição. Achei que ficaria ali pra sempre.<br /><br />Na verdade não sei como saí, penso que o segurança me tirou de lá. Andava, a caixa de bombos muito bem embrulhada debaixo do braço. Queria jamais encontrá-la de novo nessa vida. O ônibus até que estava vazio. Minha cabeça rodava ainda. Me sentia tão estranho que tive medo de querer jogar a caixa de bombons na cabeça da mulher do Jocicler ao chegar... Acho que eu estou ficando doido. Desci. O ponto era em frente a casa de Jocicler. Um cheiro horrível me veio. Fui procurar um pau para limpar meus sapatos antes de entrar...<br /><br />A mulher do Jocicler e o Jocicler sentiram sua falta. Acho melhor a gente dar um tempo sem se ver”.<br /><br /><strong>Uma Noite</strong><br />Na festa comentavam que ele estava estranho. Escrevera algo e depois não conversou com ninguém. Não bebeu, não comeu... nem cantar Parabéns cantou. Ficou sentado, imóvel, meio encubucado. Achavam que ele estava passando mal. Perguntavam e ele não respondia. Ninguém ligou, ele era meio estranho mesmo. Uns achavam que estava bêbado, mas a maioria nem achava nada. Um conhecido resolveu levá-lo para casa, era caminho. Ele não respondeu que sim, nem respondeu que não; levantou-se e foi. Desceu do carro mudo, a porta da cantina estava fechada. Andava lento. Rodou por alguns instantes no mesmo lugar. Viu um papelzinho de brevidades perto da porta. Já era tarde. Começou a rodar ao redor do papel. Foi se abaixando lentamente, lentamente, lentamente... até se agachar em cima do papel. Abraçou as duas pernas. Abaixou a cabeça. Uma lágrima escorreu. Viu-se de cima, como se já não precisasse mais das vistas para enxergar. Já não sentia mais cada parte do seu corpo separadamente. Já não sentia mais deformidades ou disformidades nele. A última coisa que sentiu foi uma vontade imensa de ser mastigado... havia mudado de cor.<br /><br />Pela manhã, após muita insistência do dono da cantina para que saísse dali, foi levado por uma ambulância. Ninguém soube pra onde. Permaneceu imóvel. A moça da pia sentiu pena. Após quatro horas de atraso no serviço, sentiram sua falta... Pensaram ser ressaca.</div>Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-64431406593212237292009-02-05T23:49:00.000-02:002009-02-05T23:50:25.466-02:00palíndromo<div align="center"> </div><div align="center"> </div><div align="center">Só, me vês amar? Amo e bebo cínico.<br />- Bebe o mar, ama-se. Vemos. </div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-28416977725421211272009-02-05T23:45:00.001-02:002009-02-05T23:45:37.015-02:00passei as mãos pelo rosto<div align="justify"><strong>Passei as mãos pelo rosto querendo que aquele gesto me contivesse, mas não, por alguns instantes ainda olhei pra baixo e respirei fundo, mas não, tentei localizar paciência em qualquer sinapse que fosse, mas não... virei as costas e esta foi a última resposta que lhe dei na vida.</strong></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-58543999027423858882009-02-05T23:44:00.003-02:002009-02-06T23:59:47.494-02:00parabéns<div align="justify">Em frente a mim, à mesa; amiga de um amigo meu e meia chegada minha, com cara de que queria me comer, puxou o parabéns; quando a mesa ao lado encarou o canto unânime, e todo o bar; e das janelas dos prédios e casas da rua, velhos e crianças que não saem à noite disputavam espaço para suas palmas entre os umbrais, o que se alastrou pelos bares vizinhos, ônibus, cinemas, igrejas, boates, motéis, Chile, Nova Iorque, Paris, Bombaim... agradeço a todos vocês, que não sei o que faziam àquele horário (00:30 mais ou menos – horário de Brasília), mas interromperam e me saudaram: é big, é big; é big, é big, é big! Nenhuma bomba caiu sobre o Líbano naquele minuto e meio.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-9534985110352764712009-02-05T23:42:00.001-02:002009-02-05T23:42:43.537-02:00o artista velho<div align="center"><strong>Quarenta e seis horas enrolado nas cobertas sobrevivendo de bolachas com leite ou guaraná o artista velho que ninguém conhece reconhece: eu érei.</strong></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-37649956026188089842009-02-05T23:40:00.001-02:002009-02-05T23:41:37.258-02:00moonwalker<div align="justify">Não concordo com uma pausa do que você disse, mas mesmo assim aos meus trinta anos me levantei sem discutir. Saí com meus passinhos de James Brown pelo salão e com a cabeça rodando senti fundo que era o momento de ir. Procurei como louco pela casa um par de luvas, afinal de contas, eu pensava, não é à toa que tenho um porta-luvas no carro. Chamei o elevador e percebi que precisava de analgésicos ou algo parecido. O elevador desceu em espiral. Entrei, a rua deserta, acelerei, muita coisa ficava em meu espelhinho retrovisor. Pensei, como plano, em andar marcha à ré. Mas, puta-que-o-pariu! Me lembrei das luvas que havia esquecido penduradas no banheiro. Venho, volto, faço uma baliza perfeita e passo pelo corredor como um bom <em>moonwalker.</em> Entro sem precisar da campainha, afinal de contas a casa é minha. As luvas lá. Agora sim. No mais me lembro que vim parar aqui. É confortável, pela janela não reconheço nem um ângulo do cenário; mas, o mais importante, sei que minhas luvas estão em seu lugar apropriado.<br /><br />Agora é pedir mais uma garrafa. Quando anoitecer, procuro o caminho de volta. Enfim, sei que ainda temos muito a discutir já que esta nossa discussão é infinita, e já é hora de começar a viver mais esta dezena de vida.<br /><br /><br /><br /><br />Obs.: antes era impossível compreender como poderia ser tão útil esta plaquinha que se pendura na porta avisando: não perturbe. Prometo a partir desta estadia pendurar uma em meu pescoço.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-41148462495654517892009-02-05T23:38:00.000-02:002009-02-05T23:39:25.221-02:00mulher maravilha<strong>Às duas da manhã, eu em frente ao computador do lado da minha cama. Pela janela me vem primeiro a Mulher Maravilha; logo após, como um raio, Marilene - minha vizinha que faz cooper e que eu nem imaginava possuir superpoderes, em seguida a Mulher Gato.<br /><br />Bastou um sinal de silêncio para mim e transaram como loucas até por volta das quatro e meia.<br /><br />Às cinco saíram pela mesma janela que entraram, me pedindo completo sigilo... mas, pelo menos para mim, é impossível esconder uma estória como esta.</strong>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-37423500481271492792009-02-05T23:36:00.004-02:002009-02-06T03:06:41.655-02:00haja<em>Haja,</em> a desgraçada disse: <em>Haja! Haja!! Haja!!!,</em> e hoje.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-12533033031543142752009-02-05T23:34:00.001-02:002009-02-05T23:34:46.367-02:00era uma cidade pequena<div align="justify">Era uma cidade pequena, aqui do interior do estado. A tempestade um dia começou; chovia, chovia, não parou mais. Foi quando deu o raio, que por ali ficou iluminando noite e dia, com sua ponta na ponta do pára-raios. O tempo passou, despertou curiosidade. Coisas como os sinos que badalaram e estacaram num uníssono sem trégua. Zé Renato, com tino pros negócios, pintava seu corpo e como homem estátua trabalhava sob o coreto... gostavam muito de fotografar ou filmar, embora tanto fizesse, toda aquela cena. A cidade se acostumou, e de tudo aquilo a população sobrevivia com o turismo.<br /><br />Eu, particularmente, não tenho a mínima saudade. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-39874069418992212002009-02-05T23:31:00.000-02:002009-02-05T23:32:36.736-02:00ele disse; ela disse...<strong><br />Ela disse; aliás, mensagens de voz em celular servem muito bem pra esse tipo de coisa: tenho tanta saudade, muita saudade... tenho pensado tanto em você.<br /><br />Ele pensa: poxa vida! Quase dois anos. É ela... O peito arfa... toma um trago... É ela! Ele pensa.<br /><br />Ele retorna a ligação: poxa... e aí? Quanta... quanta saudade...<br /><br />Ele fala pausadamente mesmo: ...saudade mesmo, que bom ouvir... uma mensagem sua.<br /><br />Ao lado, próximo à janela, seu fila começa a latir muitíssimo alto para uma pipa que desce e sobe perto do muro e tudo se embaralha: oi, pois é... au, au! liguei mesm... au, au, au, au!<br /><br />Ele diz: peraí. Bundo!!! Cala boca!!! ...oi, pode dizer.<br /><br />Ela: é, liguei com muita saudade, e, sei lá... au, au, au, au! au, au, au, au!<br /><br />Ele diz: peraí...<br /><br />Ela diz: olha... au, au, au, au! saudade, mas au, au, au, au! o au, au, au, au! au, au, au!<br /><br />Ele diz: peraí, peraí. Cala boca Bundo, cala!!! <br /><br />Ela continua: queria muito m au, au, au, au! au, au, au, au, au! não dá, não dá! au, au! encontrar, mas não pense que, sabe? au, au, au, au! au, au, au, au! penso sempr au, au, au, au... au! especial... au, au! au, au, au, au! saudade.<br /><br />Ela continua: pois é, preciso desligar. Saudade au, au, au! não sei se voc au, au, au, au! agora um namorado, e liguei m au, au, au, au! eijo mesmo. Tenho qu au, au, au! Beijo, beijo; especial, beijo, mil beijos... tchau.<br /><br />Ele já correndo pra calçada depois de jogar os dois chinelos em Bundo tenta ligar mais uma vez. Depois de três tentativas deixa um recado na caixa postal: tenho muita saudade, muita saudade... penso muito em você... sabe? E volta descalço pra casa.</strong>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-34468539856423443442009-02-05T23:30:00.003-02:002009-05-15T23:10:25.228-03:00DRAMA<strong></strong><br /><strong></strong><br /><strong>O menino surdo e a buzina: o menino nunca mais andou.</strong>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-17823992756852168822009-02-05T23:28:00.002-02:002009-05-19T18:11:01.398-03:00no bar...<a name="OLE_LINK2"></a><a name="OLE_LINK1"><em>- Dêem um enterro decente a este jovem e levem-me ao seu líder!</em></a><br /><br />Levaram-no, e lá viveu quase sem visitas familiares durante quase trinta e cinco anos. Preferia mil vezes a ECT às amarras.Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-15444638683749163212009-02-05T23:26:00.002-02:002010-03-22T11:39:55.234-03:00começava um solo memorávelComeçava ali um solo memorável, aquele que me consagraria realmente pelo resto da vida, e que por sorte estava sendo gravado. Por sorte também, Miles observava atento e sorridente na segunda fileira, o que me rendeu as melhores críticas de sua parte. Teria sido capaz de solar aquela noite inteira, mas me deixei levar apenas uns 54, 55 minutos. Aos 15 a platéia já se punha em pé, aos 30 aplaudiam freneticamente, aos 45 tornou-se incontrolável, cadeiras voavam pelo grande teatro e havia pelo menos umas quatro pessoas em cima do meu piano. Mas, Paris é realmente uma festa que não acabou por aí; fomos então, após os autógrafos, ao quarto de hotel que Hemingway, um grande e promissor talento da época alugara, e a quem Miles insistiu que eu conhecesse.<br /><br />Hemingway me recebeu com um leve soco de esquerda no queixo e disse: <em>Rapaz, estava mesmo louco pra te conhecer.</em> Sinceramente, depois de algum ácido que pingamos no café, achei que aquela reuniãozinha não daria em nada; e Hemingway era um chato. Tomei o primeiro tílburi e rumei para Champs-Elysées. Num café qualquer pedi uma dose dupla de vodca, num café qualquer eu era um quase desconhecido e esta sensação me agradava. Foi quando uma linda moça, com um forte sotaque, perguntou-me se aceitaria sua companhia; sua pele branca e seus olhos verdes, sua echarpe pendendo sobre o longo corpo. Conversamos por horas sobre assuntos que iam dos novíssimos seriados de tevê às influências de Stravinsky na música de Parker.<br /><br />O dia amanhecia e o sol já nos aquecia um pouco pelas ruas enquanto derretia a neve. Bereszka lambia meu rosto de quando em quando por debaixo do chapéu e me dizia coisas de empalidecer Marquês de Sade. Fomos para seu pequeno mas aconchegante apartamento na periferia, não sem antes levarmos um pouco de haxixe que o taxista, um negro com traços de máscara africana e um doce sorriso, gentilmente nos ofereceu. Tomamos ainda uma última vodca antes que ela começasse a se despir.<br /><br />Passamos a manhã dormindo e a tarde juntos por lugares onde apenas, e raramente, um ou outro me reconhecia. Afinal, minha música é pra poucos. À noite voltei sonolento e cambaleante para minha cobertura, com promessas de no reencontrarmos em breve. Dormi um sono pesado onde sonhei com anjas que me conduziam ao trono de Bach no paraíso.<br /><br />Acordei com uma leve ressaca e uma pequenina legião de fãs cantarolando com cítaras pela calçada: <em>salve Mario, salve Mario...</em> cantavam como uma rebuscada paródia a música dos HareKrishna. Porra; não, não, de novo não! Mas, fãs são fãs, e merecem respeito, fui lá e sacudi minha cabeleira ainda em desalinho pelo parapeito da sacada e voltei para o café. 11 da manhã e mais um dia inteiro pela frente. Dispensei, então, todos os empregados e subi para o terraço, tirei aquela tarde de folga. Paris é decididamente uma festa.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-24719054351223534752009-02-05T23:04:00.001-02:002009-02-05T23:20:32.925-02:00pela décima vezPela décima vez: Não quero mais que isto aconteça!<br /><br />Sabia que ia bater, de canela, de novo, ainda assim fui. Ferro no roxo! Puta-que-o-pariu!<br /><br />Ter que comprar caneleiras, não quero, não quero mesmo; já até experimentei, são péssimas para andar.... e será que precisava daquele gritinho ridículo: <em>aaaai!</em><br /><br />E ainda tem o pior, o troço é bem chumbado. Só mesmo um órgão oficial para fazer uma coisa assim..., mas, às vezes, penso que pode mesmo nem ser culpa dele, como já me argumentaram: <em>Ninguém mais bate, só você.</em> E sempre de canela.<br /><br />E se eu mudasse de cidade? (...) quando chega a hora, dá vontade de nem sair de casa, ficar quietinho; mas preciso. Aí tremo só de pensar. O medo é até de ter filhos, não quero que o mesmo aconteça com eles... pode ser genético, ou algo assim.<br /><br />O segurança, tempo atrás, amarrou uma borracha lá, mas borracha de pneu e não adiantou muito. Nesta época ele até virava o rosto quando me via chegar; agora parece que nem liga mais.<br /><br />Qualquer dia consigo, sei que vou conseguir. Talvez no céu não haja disto, talvez eu arranje um meio de permanecer em casa, talvez destruam este lugar, sei lá...<br /><br />O fato é que não aguento mais!Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-38341855030721183032009-02-05T22:56:00.002-02:002009-02-05T22:57:11.645-02:00sob a luaO corpo coça em três pontos diferentes;<br />e eu aqui, preso entre as ferragens.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-23486468015284368902009-02-05T22:47:00.001-02:002009-02-05T22:47:45.062-02:00menino feio<div align="justify">Menino feio que fui, nunca aprendi a dançar, tanta feiúra não dava alento ao movimento como forma de expressão; menino tão feio também não tinha par. Menino feio que fui, tentava de tudo com meus cabelos, e tudo que conseguia era risos até da professora; o que dava era para encrespá-los para um lado. Menino feio, mas tentava melhorar com perfumes e desodorantes; o que já imaginam só piorava a situação. Menino feio que fui tentava muito me superar com as notas do colégio, mas meio burro também, não serviu como alternativa; era a média e pronto. Poxa vida, menino feio com uns duzentos apelidos. Menino feio e burro que fui, virei literato cabotino; e estudo calmamente o dia em que me tornarei o assassino de Francisco Buarque de Holanda.</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-39570700322709358782009-02-05T22:46:00.001-02:002009-02-05T22:46:49.664-02:00na serraNa serra, um sol, um suco e a criança pergunta: <em>Pai, vamos ver quem morre primeiro?</em>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-70633768795024330792009-02-05T22:44:00.000-02:002009-02-05T22:45:26.758-02:00empreitada<div align="justify"><strong>Ela estava na cama, ouvindo Nirvana, pra quem conhece por nome: <em>Milk it</em>. Lá, esperando o namoradinho telefonar, sempre à mesma hora.<br /><br /><em>Ele</em> não foi nada gentil ao abrir a porta, nada parecido com quando assentava os azulejos da reforma do banheiro.<br /><br />Escondeu a calcinha desenhada por desenhos nas cobertas. Não entendeu, não disse nada, ficou olhando... Mãos duras em cada ombrinho, mas desta vez gentil, como um pai, e ela se deixou virar. Bundinha pra cima. Ela sentiu calada.<br /><br />O namoradinho, o telefone tocou, à mesma hora; não atendeu. Não atendeu mais, dia após dia, não tinha graça. A mãe chegava do trabalho e não podia compreender como era possível uma empreitada já paga durar assim, tanto tempo.</strong></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-80568123270221853022009-02-05T22:43:00.001-02:002009-02-05T22:43:25.258-02:00levada da breca<strong>Levada da breca... essa sim! Janota aquela manceba. Guria batuta. Peralta que só ela, patuscadas de monte; e com todas suas traquinagens não havia quem titubeasse em sapecar-lhe safanões ou um daqueles piparotes. Como pode ser?!<br /><br />Mas, certa feita, numa de suas garotices, pirilampeou para o lado de Amílcar, o velho do armazém. Pra quê... ô infante brejeira, tamanho pito levou, seguido de uma lapada na fuça, que desta pândega em diante saiu escoando pelas frinchas e não houve mais quem a visse pelas bandas aprontando alguma das suas.<br /><br /><em>Chuchu beleza.</em></strong>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-49214363756939191422009-02-05T22:36:00.001-02:002009-02-05T22:36:31.766-02:00FAROESTE<strong>O grande <em>Cowboy </em>atirou o fósforo como um bumerangue em direção à vela, que após um contorno circular perfeito voltou aceso em seu cigarro.</strong>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-62071567359737444592009-02-05T22:34:00.002-02:002009-02-05T22:35:14.831-02:00ovoTe ponho para sempre pra fora<br />como um ovo<br />não incomode mais!Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-42412283143825483292009-02-05T22:23:00.001-02:002009-02-05T22:29:28.703-02:00meia hora de conversa<div align="justify"><strong>Meia hora de conversa com intervalos<br /><br />Uma benção, e não ter nem quebrado o nariz um milagre. <em>Não quebrou o nariz?</em> Por milagre, pelo mau jeito da queda. <em>Estes assuntos me assustam. E se fizerem cócegas, meterem giletes na sua boca ou enfiarem sondas sujas nas suas narinas.</em> Pois é, pra quem após assistir à queda riu e rodopiou. <em>Artífice...</em> Mais do que você consegue temer. <em>Artífice mondongueiro.</em> Não podem ver uma mulher grávida e logo tentam seduzir, o mesmo pediu a filha em casamento... <em>Mondongueiro!</em> E na quinta vez que se viu encurralado, ordenou à sexta que não existisse. <em>E nós aqui, só o que dá pra fazer é torcer para que tenhamos braços quando a rasteira vier.</em> Passar rasteira num homem sem braços, que já tem problemas por gripar demais. <em>Quando gripa sente vergonha até da família.</em> Um homem só com ombros. <em>Tudo que deu pra fazer foi arquear a cabeça para trás.</em><br /><br />­- Garçom, traz mais uma, por gentileza.<br /><br /><em>E aquela mulher careca que deu pra morar dentro das piscinas.</em> Já perdeu todas as unhas. <em>Já perdeu todas as unhas.</em> Ainda com aquele cachorro sem pele. <em>Que prazer é esse de fazer boiar os afogados...</em> E a gente aqui, tudo que dá pra fazer é torcer para que não haja mais piscinas. <em>Ainda se ela fosse menos enrugada e o cachorro menos violento.</em> Ou se não lambesse os pés das crianças. <em>Sorte é que o cachorro é sem dentes.</em> Nem tudo é tão ruim. <em>Palhaços me mordam.</em><br /><br />Começou a chover. <em>Chuva bem forte.</em> Vento de chuva é bom, quanto mais neste calor... você sente saudade dela? <em>Só do cheiro do cigarro e de como tocava bem bandônion</em>. Dar rasteira num homem sem braços... <em>Ela acariciava meus cabelos.</em> A vida passa e a gente nem percebe. <em>A gente não sabe em qual desvio perdeu o caminho e nem sabe onde foi que começou a descer</em>. Eu vou levando... <em>Cerveja.</em> E uma vida leva tempo... <em>Principalmente quando não se é atropelado por um ônibus.</em> <em>Ela era uma boa companhia. A cerveja não está gelada.</em> Ela deve estar. <em>E eu também, me abraça...</em> Dorme na minha casa ou dormimos na sua. <em>Não durmo, muito obrigado.</em> Podemos, então, num destes lotes vagos... <em>Depois da saideira.</em><br /><br />- Garçom, mais uma, e um Campari, por gentileza.<br /><br /><em>Este mundo é estranho.</em> Palhaços me mordam...</strong><br /> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-29333908537656033682009-02-05T22:20:00.001-02:002009-02-05T22:21:30.621-02:00papai noel-1Papai Noel do shopping numa terrível dor de hérnia seguida de febre alucinou ser o Bicho Papão.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4198822130259009274.post-28415259191366486952009-02-05T22:17:00.002-02:002009-02-05T22:19:49.659-02:00papai noel-2<div align="left"><a name="OLE_LINK2"></a><a name="OLE_LINK1">Foi aos Correios e pegou umas das cartinhas destinadas ao Papai Noel; datou e respondeu com letra bem redonda:</a><br /><br /><strong><span style="font-family:courier new;">‘ Papai Noel não existe, existe é o Bicho Papão. E à meia-noite na véspera ele vem te pegar...’</span></strong></div>Unknownnoreply@blogger.com2