a bunda de maria alice

Maria Alice acorda e vai à cozinha. Hoje é sábado. Para um clichê, Maria Alice meu anjo azul.

Maria Alice volta. Abre a cortina e as folhas da janela. A bunda de calcinha, três anos de vida a dois.

- Maria Alice... me traz o café? Alice sabe que sem açúcar.

Traz o café e volta pra janela, olha do sétimo andar a avenida. A bunda de Maria Alice, tantas histórias de nós dois esconde. Mesmo que só eu as tenha, que sejam as histórias de uma visão unilateral, em minha mente, mesmo que nunca as exponha, uma construção, somente para mim. Contemplo. Penso. Trago o cigarro que neste ínterim acendi. A bunda de Maria Alice. Penso. Bunda que estará ali, sempre em minha mente, não como forma imperfeita neste mundo de aparências. Estará, sim, suspensa no ar! sempre! como no Beco para Manuel Bandeira.

Nenhum comentário: