lu-10

final

Volto, e subo os dois lances de escada que não se desdobram, mas na minha cabeça se desdobram, vou à janela e Luciana não está, claro que não. É um sábado de manhã e a rua está vazia, mas têm alguns passarinhos se secando no fio de luz, eles se secam das poças de água da chuva que já era. Luciana, tudo que queria: que eu pudesse ser uma pessoa mais ou menos normal, mais ou menos, que não tivesse deixado a vida entregue à bebida e descrenças que não passam de fantasias tão bobas quanto são as crenças mais bobas. Penso em ligar, mas não, eu bêbado. Luciana, como poderia minha filha depois de todo passado ainda me amar, assim.

2 comentários:

Ston disse...

Triste mesmo... Você escreve bem, meu caro. Gosto de você e do que você escreve.

Henrique disse...

valeu ston.